Diversos
autores - Organizado por Paulo Brandão
Fonte: Conceito.de |
Definição.
O liberalismo defende os direitos do indivíduo, a liberdade, à sua vida, o
direto a propriedade, a tolerância política-religiosa, a liberdade econômica, o
Estado de Direito, a liberdade de expressão e, por um sistema político que não
concentre toda hegemonia em um autocrata ou partido político.
Neste ensaio vamos destacar apenas o
liberalismo clássico, que é a mola-mestra desse pensamento político-econômico. O
Liberalismo clássico teve seu início com Thomas Hobbes, a Aléxis de
Tocqueville.
Principais
autores do Liberalismo Clássico: Thomas
Robes, John
Locke, Bernard
Mandeville, Adam
Smith, John
Stuart Mill e Alexis
Tocqueville.
1)
Thomas
Hobbes. Filósofo, matemático, teórico político – Inglaterra (1588-1679).
Principal
Obra
Leviatã ou
Matéria, Forma e Poder de Um Estado Eclesiástico e Civil (1651);
Leviatã,
a obra mais importante, foi escrita durante a guerra civil inglesa (1642-1651).
Conforme a ótica de Hobbes, o homem vivendo no “estado de natureza” seria
anárquico, bestial e teria vida breve, na condição de todos contra todos em
estado guerra. Porém, Hobbes era pragmático, contrário à divinização do rei.
Hobbes defendeu a teoria do Contrato Social, a qual os súditos deveriam
sujeitar-se à autoridade e proteção de um sistema de governo autocrata. Hobbes
não era favorável a um governo democrático, na concepção de Hobbes, o objetivo
do governo era manter uma paz duradoura e estabilidade político-econômica e, não
a liberdade dos indivíduos. (KELLY, 2013) Afirma que para Hobbes
o soberano deve ter poderes absolutos e sem limites, para evitar a luta fraticida
e a generalização do caos.
"O homem é o lobo do homem", frase
atribuída a Thomas Hobbes
2)
John
Lucke. Filósofo – Inglaterra (1632-1704).
No entendimento de (KELLY, 2013) com a sua obra Dois Tratados Sobre o Governo Civil, Lucke
foi quem consolidou o pensamento liberal, defendeu alguns dos principais
conceitos do liberalismo, como a defesa à vida, a propriedade privada, a
independência pessoal a liberdade individual e a
tolerância política-religiosa, a separação dos poderes do Estado. Os poderes devem atuar de forma separada, e o poder legislativo
deveria ser superior ao executivo (Locke esboçou o que veria a ser no futuro o Sistema
Parlamentarista atual. Dessa forma
Locke dava uma noção mais clara do que deveria vim a ser o Estado de Direto.
Na
condição de protagonista do Liberalismo, Locke deixou seu legado
na Filosofia da Política. Defendeu a responsabilidade do Soberano diante dos
súditos, nem o direito divino dos reis, nem a visão de Hobbes de um Soberano com
poderes absolutos, e sim de um gestor do Estado.
“Onde
não há lei não há liberdade” John Locke
Principais
obras
Cartas
sobre a tolerância (1689);
Dois
Tratados sobre o governo (1689);
Ensaio
acerca do entendimento humano (1690);
3)
Bernard
Mandeville. Filósofo – Holanda (1670-1733). Publicado em 1723, A
Fábula das Abelhas, de Bernard Mandeville, defendia aquilo que era
entendido como o vício dos homens, como é o caso da ganância, da inveja, da
vaidade e do orgulho.
Todos estes vícios eram fundamentais para a prosperidade da
nação. Este desejo pela busca do autointeresse teria como consequência não
intencional um carácter estabilizador para a sociedade. O “bem-comum” não seria
um produto da bondade das pessoas, das suas virtudes, mas sim dos seus vícios
individuais.
Ler mais: htpp://economianostra.wordpress.com
Uma grande
colmeia, repleta de abelhas,
Que viviam
com luxo e comodidade,
Porém eram
tão famosas por leis e armas
Quanto por copiosos e precoces enxames,
Era tida como o grande berço
Das ciências e da indústria.
Não havia abelhas que possuíssem governo melhor,
Maior volubilidade ou menos contentamento;
Não eram escravas da tirania,
Nem governadas pela desenfreada Democracia,
E sim por reis, que não podiam errar,
Pois seu poder era restrito por leis.
Quanto por copiosos e precoces enxames,
Era tida como o grande berço
Das ciências e da indústria.
Não havia abelhas que possuíssem governo melhor,
Maior volubilidade ou menos contentamento;
Não eram escravas da tirania,
Nem governadas pela desenfreada Democracia,
E sim por reis, que não podiam errar,
Pois seu poder era restrito por leis.
4)
Adam
Smith. Filósofo
e economista – Escócia (1723-1790).
É o pai da economia moderna, é
considerado o mais importante teórico do liberalismo econômico. Autor de "Uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações", a sua obra mais conhecida, e
que continua sendo usada como referência para gerações de economistas, na qual
procurou demonstrar que a riqueza das nações resultava da atuação de indivíduos
que, movidos inclusive (e não apenas exclusivamente) pelo seu próprio
interesse (self-interest), promoviam o crescimento econômico e a
inovação tecnológica.
Adam Smith ilustrou bem seu
pensamento ao afirmar "não é da benevolência do padeiro, do açougueiro ou
do cervejeiro que eu espero que saia o meu jantar, mas sim do empenho deles em
promover seu "autointeresse".
Assim acreditava que a iniciativa
privada deveria agir livremente, com pouca ou nenhuma intervenção
governamental. A competição livre entre os diversos fornecedores levaria não só
à queda do preço das mercadorias, mas também a constantes inovações
tecnológicas, no afã de baratear o custo de produção e vencer os competidores. Ler
mais... httpt.wikipedia.org/wiki/utilitarismo
Principais
obras
Teoria
dos Sentimentos Morais (1759);
A
Riqueza das Nações (1776).
5)
John
Stuart Mill. Filósofo
e economista – Inglaterra (1809-1873).
Principais
obras
A Liberdade (1859);
Utilitarismo (1860);
Sujeição das mulheres (1869).
Extraído do site (WIKIPÉDIA, 2014) . Mil foi um dos
maiores pensadores de todos os tempos, filósofo utilitarista. O utilitarismo
tinha como princípio básico o fato de que ser humano foge da dor e se aproxima
do prazer. Filosoficamente, pode-se resumir a doutrina utilitarista
pela frase: Agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de
bem-estar (Princípio do bem-estar máximo).
Trata-se então de uma moral eudemonista, mas
que, ao contrário do egoísmo, insiste
no fato de que devemos considerar o bem-estar de todos e não o de uma única
pessoa.
Antes de quaisquer outros,
foram Jeremy Bentham (1748-1832) e John Stuart
Mill (1806-1873) que sistematizaram o princípio da utilidade e
conseguiram aplicá-lo a questões concretas – sistema político, legislação, justiça, política econômica, liberdade sexual, emancipação feminina, etc.
Em Economia, o
utilitarismo pode ser entendido como um princípio ético no qual o que determina
se uma decisão ou ação é correta, é o benefício intrínseco exercido
à coletividade, ou seja, quanto maior o benefício, tanto melhor a decisão ou
ação será.
Por
princípio da utilidade, entendemos o princípio segundo o qual toda a ação,
qualquer que seja, deve ser aprovada ou rejeitada em função da sua tendência de
aumentar ou reduzir o bem-estar das partes afetadas pela ação. (...) Designamos
por utilidade a tendência de alguma coisa em alcançar o bem-estar, o bem, a beleza, a felicidade, as vantagens, etc.
O conceito de utilidade não deve ser reduzido ao sentido corrente de modo
de vida com um fim imediato.
Um dos traços importantes
do utilitarismo é seu racionalismo. A moralidade de
um ato é calculada, ela não é determinada a partir de princípios
diante de um valor intrínseco. Este cálculo leva em conta as consequências do
ato sobre o bem-estar do maior número de pessoas. Ele supõe então a
possibilidade de se calcular as consequências de um ato, e avaliar seu impacto
sobre o bem-estar dos indivíduos
6)
Alexis
de Tocqueville. Pensador
político, historiador e escritor – França
(1805-1859).
Principais
obras
A
Democracia na América (1835-1840);
O
antigo Regime e a Revolução (1856);
De acordo com (POWELL, 2013) , Tocqueville dedicou sua
vida à liberdade. “Tenho um amor intenso pela liberdade, pela lei, e pelo
respeito aos direitos”, escreveu, “não pertenço ao partido revolucionário nem
ao conservador... A liberdade é minha principal paixão”.
Por
uma sociedade sem classes. Segundo (KELLY, 2013) a revolução
Francesa de 1789 buscava liberdade para todos, o fim das divisões de
classes. Só que Tocqueville observou que
não era isso que estava acontecendo, as classes mais altas haviam obtido
privilégios e se corrompendo. No entanto, os mais pobres estavam insatisfeitos,
no final, eram cooptados pelo projeto do sistema socialista. Sob o socialismo
Tocqueville dizia, os trabalhadores seriam engrenagens na sufocante máquina
estatal.
Tocqueville explicou
o que seria necessário para que a democracia funcionasse e como ela poderia
ajudar a proteger a liberdade humana. Ao mesmo tempo, ele compreendeu que um
estado de bem-estar social poderia atrair as pessoas à servidão. Ele entendeu
por que o socialismo necessariamente leva à escravidão.
Tocqueville saiu de moda no fim do século dezenove, talvez
porque a Alemanha, e não os Estados Unidos, parecia mostrar o caminho do
futuro. O chanceler alemão Otto von Bismarck aproximou-se do socialismo e estabeleceu
o primeiro estado moderno de bem-estar social, e povos do mundo todo se
inspiraram na Alemanha. Mas a centralização socialista levou ao comunismo, ao
fascismo, ao nacional-socialismo, e outras tiranias brutais. O estado de
bem-estar social acorrentou outras centenas milhões de pessoas com impostos e
regulamentos. Após a segunda guerra mundial, a América emergiu como a principal
esperança do mundo. Tocqueville havia previsto tudo. Hoje é considerado um
profeta. As últimas décadas trouxeram sua biografia mais abrangente (1988) e
novas edições de suas obras completas, a mais recente começando em 1991. Hoje
todos podem ver por si mesmos a maravilha deste homem atormentado, que viu
através da neblina do tempo, nos preveniu dos horrores do coletivismo, e
corajosamente proclamou a redenção através da liberdade. (POWELL, 2013) .
Referências
KELLY, P. O livro da Política. Tradução de
Rafael Longo. 1. ed. São Paulo: Globo, v. 1, 2013. 98, 99, 106, 107, 181, 191
p.
POWELL, J.
Biografia: Alexis de Tocqueville. Instituto ordem Livre, 24 Dez 2013.
Disponivel em: <http://ordemlivre.org/posts/biografia-alexis-de-tocqueville--12>.
Acesso em: 26 Ago 2018.
RAMOS, F. C. Manual
de Filosofia Política. 2. ed. São Paulo: Saraiva, v. 1, 2015. 140, 141 p.
WIKIPÉDIA.
Utilitarismo. Wikipédia, a enciclopédia livre, Out 2014. Disponivel em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Utilitarismo>. Acesso em: 12 Abr 2017.